Quando alguém recebe um diagnóstico, há duas coisas acontecendo ao mesmo tempo: a condição física e a relação mental que a pessoa constrói com ela.
O problema começa quando toda a identidade passa a girar em torno da doença. A conversa vira a doença. O pensamento vira a doença. A vida vira a doença.
Imagine, em contraste, duas pessoas com o mesmo diagnóstico médico.
A primeira escolhe concentrar a atenção na alegria possível, nas pequenas vitórias, na esperança, na gratidão pelo que ainda funciona. Ela imagina a si mesma vivendo com mais saúde, mais vitalidade, mais presença. Ela segue o tratamento, confia no médico, mas não transforma a doença no centro da própria consciência.
A segunda pessoa, com o mesmo diagnóstico, escolhe se concentrar apenas na dor, nos sintomas, na queixa constante, no medo. Tudo o que ela observa no corpo é o que está errado. Tudo o que ela reforça mentalmente é a ideia de estar doente.
Essas duas posturas produzem estados internos completamente diferentes.
Hoje sabemos, sem misticismo barato, que pensamentos e emoções afetam diretamente a bioquímica do corpo. Estresse crônico, medo e desesperança elevam hormônios inflamatórios, prejudicam o sistema imunológico e afetam o funcionamento do cérebro. Estados emocionais mais positivos tendem a favorecer equilíbrio fisiológico, melhor recuperação e maior adesão ao tratamento.
Isso não significa “ignorar a doença” ou “dispensar a medicina”. Significa algo mais sutil e poderoso: não viver psicologicamente dentro da doença.
Quando a atenção fica fixada apenas no que está errado, o corpo permanece em estado de alerta. Quando a atenção começa a incluir imagens de bem-estar, possibilidade e vida, o organismo sai do modo de sobrevivência e entra no modo de reparo.
O corpo humano foi programado para se regenerar sempre que o ambiente interno permite. Reduzir o estresse psicológico já é, por si só, uma intervenção biológica. O corpo faz o que sabe fazer: buscar equilíbrio.


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